WERNECK, Hamilton. Professor, acredite em si mesmo, Rio de Janeiro: Wack Ed. 2007. 97 pg.

Especialista em Educação, habilitado em Orientação Educacional e Administração Escolar, professor de Geografia, pedagogo, ex-Secretário de Educação do município de Nova Friburgo, escritor com 17 livros publicados, Hamilton Werneck milita com sucesso na área educacional há várias décadas. Dotado de inabalável entusiasmo, atualmente, tem percorrido o Brasil levando aos docentes, mesmo das mais remotas localidades, suas propostas e longa experiência, plenas de esperança e fé na Educação.
A obra: Professor, acredite em si mesmo, escrito pelo professor e conferencista Hamilton Werneck com base no relatório Faure e na LDB, discute causas e conseqüências da baixa auto-estima profissional e pessoal dos educadores brasileiros e também a comodidade de profissionais quanto a sua profissão.
Na obra é relatada de maneira suscinta e com uma linguagem culta, como o problema afeta o comportamento profissional do docente, e cria barreiras emocionais que interferem no status quo da atividade docente perante a sociedade.
O trabalho de Werneck é elucidativo para compreensão da origem histórica do ofício docente ao longo dos tempos. Explica a origem, e como, no sentido histórico, se formou a moral, hábitos e costumes dos professores através dos tempos. A idéia central do texto é enfocar a gênese escrava do profissional docente como responsável pelo seu ressentimento e imobilismo profissional, sobretudo na sociedade brasileira.
Quanto à colaboração do texto, o autor presume que professores pouco utilizam a avançada LDB 9.394 de 1996, para avançar com questões do âmbito da educação. Essa lei segundo o autor, tem a finalidade de proporcionar aos docentes, poderes para capitanear o projeto político pedagógico das instituições de ensino, mas ainda é pouco acionada pelo corpo docente brasileiro.
Ao final do texto, o autor afirma com argumentos contundentes que o relatório Faure, resultado dos trabalhos da Comissão Internacional da UNESCO para o desenvolvimento da Educação, criada em 1971. Com a participação de Felipe Herrera, Abdul – Razzack Kadoura e outros. Propõe as reformas do Ensino luscidando à cidade educativa. Ou seja, a aproximação da escola à vida das pessoas e a necessidade de se compreender o mundo nas suas múltiplas formas de oferecer oportunidades de conhecimento.
Quanto às relações entre professores e alunos, o relatório Faure recomenda abolir a palavra mestre porque o professor é chamado a tornar-se cada vez mais um conselheiro. Onde o papel principal do profissional da educação, não será o de ensinar como o que detém conhecimentos, mas o que seja capaz de interagir, discutir, animar, compreender e encorajar. Em outras palavras sob a visão do autor, um profissional inovador.
A reflexão, que constitui a articulação constante entre teoria e prática, possibilita a transformação das representações sobre a realidade e das ações concretas sobre a realidade, num processo dialético. Em outras palavras, mudanças que o homem provoca em seu meio, com sua atividade, determinam alterações em suas representações sobre a realidade.
Reciprocamente, mudanças nessas representações e nas teorias possibilitam novas formas de atividade, num processo contínuo de transformação mútua e unitária.
Isto posto, é possível afirmar que a profundidade e a abrangência do processo de reflexão - portanto, da dinâmica de desenvolvimento na relação teoria-prática - que uma pessoa ou um grupo, é capaz de realizar depende de três variáveis: profundidade e abrangência de seus conceitos e sistemas teóricos; o seu contato com a realidade concreta e a disponibilidade/hábito/habilidade de confrontar continuamente os dados da experiência com os referenciais teóricos.
À luz dessas definições - tomadas a partir de um marco teórico assumido – confrontar-se-á a teoria e a prática esboçada com a prática vivenciada, abordando a principio a temática da leitura de Hamilton Werneck, do livro: Professor, acredite em si mesmo. Com base na leitura percebe-se, que a escola atual, no entanto, continua à margem, vivendo sua linearidade e seu desligamento entre escola e vida, entre o ser humano e o mundo que ele habita, e nesse sentido enfrentar a reação das escolas lineares, repetitivas, marcadas por educadores que quase nada transformam por serem, apenas pilotos do livro didático, não é fácil. Mas cabe atitude a esse profissional de querer fazer a diferença entre os demais, e deixar de ser mais um, para ser o professor inovador, que se preocupa em proporcionar aos seus alunos além de conhecimentos, também motivação para permanecer na escola e conquistar seus ideais.

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