MORIN Edgar, ROGER Emilio Ciurana, MOTTA Raúl. Educar na era Planetária, São Paulo: 2 ed. Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2007.


Edgar Nahoun (que mais tarde adotará o sobrenome "Morin") nasce em Paris no dia 8 de julho 1921 na França. É o filho único de um casal de judeus sefarditas (descendentes dos judeus expulsos da península ibérica em 1492/1496). Graduou-se em História, Geografia e Direito e a sua preferência pelas ciências humanas o fez desenvolver estudos também nas áreas de Sociologia, Filosofia e Economia.
O livro Educar na era Planetária, conta com a participação de Emilio Roger-Ciurana e Raúl Domingo Motta, Morin discute as implicações de um mundo voltado para a prevalência das técnicas e do mercado em oposição a condição ética dos sujeitos à margem. A proposição é educar para a era planetária.
A obra representa um passo importante no processo de construção de uma nova escola para o século XXI. Os autores trabalham o método decorrente desse pensamento explicitando-o como estratégia aberta e evolutiva. No sentido de elaborar a teoria do pensamento complexo. As pesquisas de Morim visam produzir um conhecimento que não seja fragmentado, em que importa tanto o indivíduo quanto o planeta como um todo.
Edgar Morin denominou Complexidade, essa nova maneira de conceber os fenômenos, negando assim que “pensar é simplificar o real”. Essa forma de pensar levou o autor a viver em um ostracismo intelectual durante algum tempo.
Na visão de Morim, tornou-se vital conhecer o destino planetário, e interrogar o caos dos acontecimentos onde se misturam e interferem os processos econômicos, políticos, sociais, nacionais, éticos, religiosos e mitológicos. Enfim, é necessário saber o que acontece, o que ameaça o que poderá esclarecer e, talvez, salvar.
No momento em que o planeta tem, cada vez mais, necessidade de mentes aptas para analisar e resolver na sua complexidade os seus problemas fundamentais e globais, os sistemas de ensino, em todos os países, continua a parcelar e a separar os conhecimentos que deveriam ser religados, continuam a formar mentes que apenas privilegiam uma única dimensão dos problemas, ocultando os outros.
O texto de Morim contribui para uma reforma de pensamento proposta no texto, quando o autor cita a importância dos professores adotarem medidas previstas na LDB, quando ressalta a importância do educador buscar inovar-se com métodos compatíveis com aquilo que ele pretende passar aos alunos.
Entende-se assim que, com base na visão de Morim, percebe-se a certeza de que os profissionais escondem-se por trás da crise educacional como vítimas como os principais afetados por ela, mas o que não vêem é que estão proporcionando uma defasagem ainda maior, já que nada fazem para inverter esse quadro algumas vezes criado por eles próprios. O professor por si só se desclassifica das outras profissões, e essa atitude, ele leva para a sala de aula, afetando o ensino-aprendizagem entre professor X alunos X professor, que passam a não falar a mesma língua. E o resultado dessa conduta é a desfragmentação total e presente do sistema educativo atual. O livro “Educar na era planetária” aborda de forma filosófica, temas essenciais para a educação contemporânea, que algumas vezes são ignorados ou deixados à margem dos debates sobre a educação global. Nesse sentido abordar as concepções filosóficas de Edgar Morim e relacioná – las com a vivência de estágio é o mesmo que enfocar as práticas pedagógicas da atualidade, visando nortear a importância da educação no contexto atual de acordo com os desafios propostos pela atual conjuntura. Entende – se assim que a educação, que é ao mesmo tempo transmissão do antigo e abertura da mente para receber o novo, encontra-se no cerne dessa nova missão. Este é, certamente, o ponto nevrálgico do estágio, a esperança para o 3º milênio reside no que o autor chama de cidadania terrestre, já que acredita que o ser humano possui em si mesmo recursos criativos inesgotáveis.

1 comentários:

fernanda felix disse...

Muito obrigada pela resenha esclarecedora, excelente.